Procurando a pedra

No dia seguinte à “entrega” da Metralha para o vô Sabiá, na nova morada deles em Garopaba, partimos para o início das nossas férias na Guarda do Embaú. Pelo segundo ano consecutivo, ficamos na pousada Container Eco Guarda, no entanto, vivemos um outro clima na Guarda. Ainda era metade de dezembro e muitas pousadas estavam fechadas, já que a temporada de veraneio iniciaria nos dias mais próximos ao Natal. O centrinho estava vazio,até com algumas lojas fechadas e, as que abriam, não estendiam o horário até a noite.

Outro que ainda não estava em ritmo de veraneio era o sol… Pouco apareceu durante a nossa estadia, que foi marcada pela presença de muitas nuvens, um pouco de vento e de chuva. Mas por um lado, esse clima favoreceu bem nossas “aventuras pelas trilhas”. Dessa vez exploramos mais a praia da Pinheira. Fomos de carro até a Praia de Baixo e já aproveitamos para fazer a pequena trilha que vai dali até a Praia de Cima. O caminho é bem tranquilo, pertinho, nada parecido como vir a pé da Guarda… Hehe. Fomos parando para fazer fotos das pedras, da água batendo nas pedras, fotos nossas, das florzinhas e, na chegada, aquele banho de mar que terminou com um almoço no barzinho da beira da praia.

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De volta para a Guarda, não tínhamos feito ainda a trilha que leva para a Pedra do Urubu, um dos pontos mais altos da Guarda, em que dá para ver de cima a junção do mar com o Rio da Madre. É lindo. Mas antes de achar lindo, não achamos foi o caminho… Com poucos turistas na praia, a mata estava um pouco fechada em função da falta de movimentação de pessoas, o que acaba escondendo a marcação do trajeto. Em algum momento deveríamos ter desviado para a esquerda, mas seguimos reto e saímos na praia.

Pedra do Urubu

Tudo bem, valeu pelo exercício, para umas picadas de mosquito e pelas fotos! Nota mental: para a próxima, devemos comprar repelente!!!

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De volta à pousada, fizemos amizade com os vizinhos de quarto, Cassia e Tiago, de Arroio do Meio. Gauchada reunida… Não demorou nada para combinarmos o churrasco da noite e a trilha da outra manhã, quando finalmente, ufa, depois de muito subir de morro, encontramos a Pedra do Urubu. A Cassia, mais novinha, chegou primeiro, enquanto eu fiquei respirando e pegando fôlego mais atrás, sentido já chegar o peso da idade e a distância da academia… Hehehe!

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A vista lá de cima é – parafraseando a minha sogra – maravilhosa!!! Dá para ver toda a praia e até encontramos a nossa pousada. Quando voltamos, à noite, fizemos mais um churrasquinho e rolou até umas cantorias com o violão do Lucas (desculpa aí, demais vizinhos!!Hehe).

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Procurando a pedra – Galeria

Trilhas – Pinheira de Baixo para Pinheira de Cima e em busca da Pedra do Urubu – Pinheira e Guarda do Embaú – dezembro de 2015

 

Duas horas = dez minutos

Enquanto chovia torrencialmente no Rio Grande do Sul, fomos presenteados com uma sequência mágica de dias ensolarados e noites estreladas na Guarda do Embaú. Acordávamos cedinho, tomávamos café da manhã e seguíamos para a beira da praia. Numa das manhãs em que parecia que o tempo ficaria nublado, nos preparamos para cumprir a travessia das trilhas que levam da Guarda à Pinheira pelas pedras e morros da beira da praia. “É umas duas horas de caminhada e depois dá para voltar de ônibus”, nos indicou a Laura, esposa do meu sogro.

Todos os dias víamos muitas pessoas naqueles morros e parecia tudo tão simples, já que uma praia fica ao lado da outra, em tese. Assim, pegamos o início da trilha de chinelos, com uma (única!) garrafinha de água e protetor solar, como se fôssemos “ali na esquina”, esquecendo de assimilar a previsão de duas horas de trajeto. Na verdade, deveríamos ter saído de tênis, com muitas garrafinhas de água, protetor solar, frutas e/ou qualquer coisa para comer durante o trajeto. Passando o primeiro morro de trilha não há mais “civilização”, não há barraquinhas para comprar nada, nem uma viva alma passando ao teu lado, até o movimento acaba. Cabe adiantar que o dia não ficou nublado; o sol rachava. Onze horas marcava o relógio quando partimos.

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Bem no início da caminhada estávamos empolgados, tirando fotos, observando as paisagens, molhando os pés nas piscinas que se formam nas pedras e repondo o protetor solar. Além de outras poucas pessoas, também encontramos pelo caminho alguns bois e lagartos. Depois, subimos e descemos morros, passamos por praias desertas e até por terrenos cercados – acredito que as cercas eram para impedir a livre circulação dos bois, já que elas tinham uma pequena abertura como se fosse um portão.

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As trilhas sumiam e reapareciam e, lá pelas tantas, a sede, a fome e o cansaço chegaram todos juntos e começamos a pensar em voltar. Era por volta do meio-dia, lembra? Verão. Sol. Pés suados escorregando nos chinelos e as tiras (aquelas que não arrebentam, sabe?) escapando a todo momento.  A cada morro que cruzávamos, aparecia outro, nos separando ainda mais da Praia da Pinheira. Mas logo em frente, avistamos barracas e algumas pessoas. Era a Colônia Hippie. Um pouco mais adiante, um bar que mais parecia uma miragem. Mas não (yupi!), era mesmo um bar, um bar de verdade, que serve lanches e bebidas! Era o bar dos hippies. Fomos até lá, comemos pastéis e recarregamos a água! Depois, passamos mais uma prainha e descansamos numa sombra que tinha vista para o mesmo bar. Dali até a Pinheira era muito menos do que tudo o que já tínhamos andado.

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Seguimos a caminhada, subindo e descendo mais alguns morros e, depois da alegria de encontrar o bar, só mesmo a alegria de ver os telhadinhos das casas e a água do mar da Praia de Cima da Pinheira. Tomamos um banho de água salgada para coroar a expedição e seguimos para o centrinho, onde fizemos mais uma parada para um lanche e pegamos informações sobre a parada de ônibus, que ficava bem pertinho. Esperamos na calçada até o primeiro coletivo passar, embarcamos e… Dez, sim, isso mesmo, uns dez minutinhos depois de entrar no ônibus já estávamos na Guarda.

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O fim da linha foi em frente ao mercado (Santos) e dali voltamos para a pousada para curtir um bom descanso na rede.  No outro dia, quando voltamos a pegar o carro para fazer outro passeio, vimos que da nossa pousada até a Pinheira, pelo caminho contrário ao que nos faz chegar ao Centro da Guarda, era ainda mais pertinho e bem fácil de fazer a pé. Mesmo assim, a experiência de viver uma aventura, sair da rotina, “desbravar” caminhos e fugir do comum renova muitos dos nossos conceitos e registra na lembrança mais uma história para contar, lembrar e reviver.

Mapa Da Trilha 3 Traçado

Ao todo, cumprimos a trilha em mais ou menos três horas, sem contar os intervalos para almoço, descanso, lanche e espera pelo ônibus. Traçando o trajeto pelo Google Maps em linha plana (sem levar em conta os aclives e declives dos morros) somam-se quase quatro quilômetros de percurso.

Pesquisando em sites de um pessoal que mapeia suas trilhas, o Lucas encontrou descrições que levam em conta subidas e descidas de 40 a 50 metros cada e níveis de altura que vão do zero a até mais de 100 metros acima do nível do mar (medido da Pedra do Urubu – um mirante natural que não chegamos a ir dessa vez). A média de percurso mapeada por eles foi de 5,6 quilômetros, não ficando muito longe do calculado pelo Lucas no Google, mesmo.

 

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Do it yourself

Já era agosto (de 2014) e a saudade da praia começou a apertar. Arrumamos as malas e pegamos a estrada com destino a Torres. Antes, o Lucas pesquisou hotéis e pousadas na internet e, também por não ser verão, optamos por um hotel que fica mais na área central, com sala de jogos e uma máquina “mara”, uma espécie de bebedouro que mantém a água sempre quentinha para o chimarrão. Na saída do quarto era só passar na ala do café e “reabastecer” a garrafa térmica.

Sábado pela manhã fomos até a beira da praia do Centro e sentamos nas pedras para tomar chimarrão, observar o pessoal decolando do morro do farol e tirar fotos. Nesta época do ano, passar um tempinho “lagarteando” em frente ao mar recarrega todas as energias! As pedras, a praia, o mar, são cenários lindos em Torres. Também os pássaros nos distraem, mas fazer o foco neles e desfocar o fundo com as lentes (entre elas a 50mm) é sempre um desafio.

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No fim da tarde fomos até a Praia da Guarita, para onde voltamos na manhã de domingo.  Ainda no sábado tentamos “imitar” umas fotos que vi no blog de uma fotógrafa profissional e que foram tiradas no mesmo lugar. Fiz algumas cadeiras de fotografia na faculdade e o Lucas lê bastante sobre o uso das nossas lentes. Com a ajuda do tripé, que herdei do vô Hugo, conseguimos “brincar” de fotógrafos e modelos de nossas próprias imagens e, depois, escolher nossas favoritas.

Nesse contexto, a evolução da tecnologia e das câmeras digitais, além de softwares que fazem uma infinidade de ajustes, somados ainda ao famoso bastão ou pau de selfie que ganhou muitos adeptos no verão de 2015, são facilidades para que qualquer pessoa consiga “capturar” lindas composições. No entanto, fotógrafos profissionais podem garantir a excelência do registro e, sempre que possível, devem ser acionados, ainda mais em casos especiais. Escrevo isso por que, na manhã de domingo, presenciamos um “ensaio caseiro” de save the date de um jovem casal. Eu não queria ficar cuidando da vida alheia – o Lucas me chamou a atenção por várias vezes, mas… Não foi por mal! Eu nos via naquele casal (mas sem os estresses, hehe).

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No alto do morro, a fotógrafa que certamente era parente ou amiga do casal. Na areia, uma outra menina segurando um rebatedor e os noivos tentando posicionar-se. A comunicação entre eles era feita por gritos e gestos!! O casal tentou escrever a data do casamento na areia, mas vinha a onda do mar e apagava… Em cinco minutos passados estavam todos quase sem paciência e eu querendo muito me oferecendo para ajudar. Não que fosse resolver qualquer coisa, mas… Pelo menos poderia dizer que nessas horas existem duas opções: contratar um profissional e aproveitar o dia de modelo ou pedir para alguém fazer as fotos (de graça ou por um preço simbólico) e divertir-se com os percalços, pois eles ficarão como histórias para contar depois. Por enquanto é isso que estamos fazendo, preparando o tripé e correndo, mesmo que pelo caminho haja algum obstáculo, provoque algum tombo um escorregão, pois o que queremos são boas e “ativas” recordações ao bom e novo modo “do it yourself”.

 

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Depois do verão (visitando os avós)

Em abril de 2014, aproveitamos o fim de semana de Páscoa para dar outro “pulinho” no Litoral Norte. A primeira parada foi em Imbé, na casa dos avós maternos do Lucas. Com aquele ventinho característico, trocamos a beira-mar por um chimarrão de fim de tarde numa das margens acessíveis da Lagoa Tramandaí. Seguimos pela Avenida Santa Rosa para além da Paraguassú, acompanhados da minha sogra e do marido dela, a Nara e o Iuri. Foram eles que nos apresentaram a esta paisagem linda, com um pôr do sol deslumbrante, cheio de cores e reflexos. Dali também há uma vista bem legal para o Parque Eólico. Dá para fazer fotos muito bacanas!

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No outro dia fomos para a casa dos meus avós paternos, em Xangri-Lá, e como fomos brindados novamente pelo sol daquele outono, demos uma chance ao ventinho e fomos até a beira-mar fazer umas fotos, acompanhados do meu primo Bernardo, que está cursando Fotografia na Universidade Feevale. Como tramandaiense nata, sou suspeita em dizer, mas com o apoio do Nando Reis afirmo que “(…) Quando a gente fica em frente ao mar, a gente se sente melhor!” Para nós funciona!

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“(…) A gente movimenta o amor
A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor” – A Letra A

 

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O lugar somos nós quem fazemos

Nossa primeira reação foi rir, rir muito. Sentamos na cama rindo e ligamos o ventilador, que ao virar para os lados batia na antena da tv e fazia um barulho muito semelhante a um cortador de grama. Aliás, naquela primeira noite sonhei que alguém estava cortando grama ao meu lado. Num segundo momento o Lucas cogitou procurarmos outro lugar para ficar.

Escolhemos pela internet, depois de muito pesquisar preços e olhar fotos, uma pousada em Passo de Torres, Santa Catarina. Nosso destino eleito para as férias de janeiro de 2014 foi Torres, no Rio Grande do Sul. No entanto, ali ao lado, passando a ponte do Rio Mampituba, na bela Santa Catarina, os preços de temporada estavam bem mais acessíveis do que no lado gaúcho.

Nas fotos vimos que a pousada era simples e bem legal, e depois, o que nos levou a ficar mesmo, foi o fato de que ela serviria apenas como um lugar para dormir, já que queríamos aproveitar a praia, passear bastante e fazer muitas fotos. O único e grande problema foi que não chegamos a imaginar que os demais quartos da pousada, fora o nosso, pudessem estar locados por várias pessoas de uma mesma família, que já havia “tomado conta” das áreas comuns “do pedaço”, como cozinha, estacionamento e área de serviço.

O quarto também era bem pequeno, mas vimos que tinha uma outra porta, a qual o Lucas logo tratou de abrir enquanto me ocupei torcendo: “tomara que seja um banheiro, tomara que seja um banheiro!!!”. E era. Depois do primeiro impacto da chegada, saímos e começamos a aproveitar. Ah, na hora de descarregar as coisas do carro senti falta de uma coisa: o tripé não veio, pela segunda vez. Já tinha esquecido dele na ida para a Maragata, mas depois passei a deixá-lo sempre no meu carro. Só que para Torres, fomos com o carro do Lucas. Até agora, já esqueci o cartão sd e o tripé. Bom, não deixamos de fazer fotos, um do outro, de paisagens, e também improvisamos lugares de apoio para podermos tirar algumas fotos juntos.
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Viramos fãs de Torres, tanto da parte do Centro (Praia Grande) quanto das outras pequenas praias que se formam nas divisas entre os morros, como a Praia da Cal e a Praia da Guarita. A paisagem também ganha um colorido a mais com os parapentes que tomam conta do céu. Sem dúvida, Torres está na nossa lista de destinos preferidos no Estado.

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E as dunas… Sumiram

Jardim do Éden é uma praia de Tramandaí que fica no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. É lá que minha família, por parte de mãe, tem uma casa, onde passamos todos os verões. Ela foi comprada pelo meu bisavô (a quem eu chamava de vô Dodô), quando minha mãe ainda era pequena. Ela e minha tia fizeram muitas amizades no Éden, o que também aconteceu comigo e com a minha irmã, Ana Carolina. A cada geração, a vizinhança cria novos vínculos, mantendo relações de amizade que já duram anos.

Entre tantas lembranças da infância estão os passeios que fazíamos para as dunas, depois de atravessarmos a RS-786, que faz a ligação das praias de Tramandaí com as de Cidreira (Salinas, Quintão, Mostardas). Caminhávamos sem parar até chegar numa lagoa que tinha um fundo de lodo. Era um passeio mágico. Em função do calor e da distância, sempre escolhíamos um dia depois de uma boa chuva, já que assim, no caminho, formavam-se várias lagoinhas. Já na primeira vez em que o Lucas foi pro Éden, quis lhe mostrar o lugar. Caminhamos um pouco, mais um pouco, e não achamos mais as dunas. Elas se foram “com o vento”.

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Pelo caminho só restou areia plana, matinhos, flores de matinhos e o característico vento “nordestão”, aquele de arrancar os cabelos!! Por outro lado,  ao fundo da paisagem incorporaram-se os “cataventos” que surgiram com a expansão do Parque Eólico de Osório, o maior parque de produção de energia eólica – obtida pelo movimento do ar – da América Latina. Aproveitamos o cenário e lá fomos nós “brincar” de modelos e fotógrafos novamente.  O legal é que o vento, ao mesmo tempo que bagunça o cabelo, dá um efeito daquelas fotos em que se usa ventilador em estúdio. A paisagem simples também ajuda a destacar os “personagens” e a falta de plateia é uma grande aliada na hora de fotografar! ;)

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